T.E.A - TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISTA - VAMOS FALAR DESTE ASSUNTO?
- Reginaldo Hernando Ferrare
- 17 de out. de 2024
- 5 min de leitura

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental caracterizada por desafios em duas áreas principais: a comunicação social e o comportamento repetitivo ou restrito. O termo "espectro" reflete uma ampla gama de apresentações, que podem variar desde formas leves até quadros mais severos. O TEA afeta a forma como a pessoa se comunica, interage com o mundo ao seu redor e processa informações sensoriais. Pessoas no Espectro Autista podem apresentar diferentes graus de gravidade e habilidades, desde indivíduos que afetam pouco suporte até aqueles que precisam de assistência contínua em diversas áreas da vida. O TEA pode ser identificado na infância, geralmente antes dos três anos de idade, e acompanha a pessoa ao longo da vida.
Os sinais do TEA variam de uma pessoa para outra, mas há alguns comportamentos comuns que ajudam a identificar o transtorno. Estes sinais se manifestam, principalmente, no: Déficits na interação social, Déficits de comunicação verbal e não verbal, Comportamentos repetitivos e interesses restritos e Alterações sensoriais.
Os níveis de suporte do Transtorno do Espectro Autista (TEA) são categorizados em três níveis, de acordo com a gravidade dos sintomas e a necessidade de assistência na vida diária. Esses níveis ajudam a entender o tipo de apoio que a pessoa pode precisar. São eles:
Nível 1: Requer Suporte
Características:
o Dificuldades em iniciar e manter interações sociais, embora a pessoa possa se comunicar verbalmente.
o Pode apresentar problemas em entender normas sociais e fazer amigos, mas consegue funcionar de forma relativamente independente em ambientes familiares.
o Comportamentos repetitivos são observados, mas não interferem significativamente nas atividades diárias.
Necessidade de suporte:
o Necessita de um suporte leve, especialmente em situações novas ou estressantes.
Nível 2: Requer Suporte Substancial
Características:
o Déficits mais evidentes na comunicação verbal e não verbal, dificultando as interações sociais.
o Dificuldade em fazer amigos e em entender contextos sociais, o que pode levar ao isolamento.
o Comportamentos repetitivos são mais frequentes e podem interferir nas atividades cotidianas.
Necessidade de suporte:
o Requer suporte considerável para lidar com as dificuldades, principalmente em ambientes novos ou que exijam maior flexibilidade.
Nível 3: Requer Suporte Muito Substancial
Características:
o Apresenta déficits graves na comunicação e na interação social, frequentemente com mínima ou nenhuma linguagem verbal.
o Comportamentos repetitivos e rigidez nas rotinas são intensos e interferem em praticamente todos os aspectos da vida.
o Grande dificuldade em lidar com mudanças e em se adaptar a diferentes ambientes, resultando em necessidade de supervisão constante.
Necessidade de suporte:
o Exige suporte intensivo e contínuo para realizar atividades diárias e interagir com o ambiente.
Esses níveis ajudam a identificar o grau de suporte necessário para indivíduos com TEA, permitindo que intervenções e tratamentos sejam adaptados para atender às suas necessidades específicas. O entendimento desses níveis é crucial para que educadores, terapeutas e familiares possam proporcionar um ambiente de suporte adequado e eficaz.
O tratamento para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é multidisciplinar e individualizado, variando conforme as necessidades específicas de cada pessoa. O objetivo é melhorar as habilidades sociais, comunicativas e comportamentais, promovendo maior autonomia e qualidade de vida. Embora não exista uma cura para o TEA, as intervenções adequadas podem ajudar a pessoa a desenvolver suas habilidades. Os principais tipos de tratamento incluem:
1. Intervenções Comportamentais
Análise do Comportamento Aplicada (ABA): Uma das abordagens mais conhecidas, a ABA utiliza reforço positivo para ensinar comportamentos desejáveis e reduzir comportamentos indesejados. A terapia é baseada em uma avaliação detalhada e individualizada e se mostra eficaz em desenvolver habilidades sociais, acadêmicas e de comunicação.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Focada na modificação de padrões de pensamento e comportamento, a TCC pode ajudar pessoas com TEA a lidar com ansiedade, medos e comportamentos repetitivos.
2. Terapias de Desenvolvimento
Fonoaudiologia: A terapia da fala é essencial para pessoas com dificuldades de comunicação. Ajuda a melhorar a linguagem verbal e não verbal, bem como as habilidades sociais relacionadas à interação.
Terapia Ocupacional: Trabalha no desenvolvimento de habilidades motoras finas e grossas, além de ajudar o indivíduo a realizar atividades do cotidiano, como alimentação, vestir-se e higiene pessoal. Também pode focar na integração sensorial, para lidar com sensibilidades excessivas ou falta de resposta a estímulos sensoriais.
Terapia de Integração Sensorial: Voltada para ajustar a resposta da pessoa aos estímulos sensoriais (som, luz, toque, etc.), ajuda a pessoa com TEA a lidar com hipersensibilidade ou hipossensibilidade.
3. Intervenções Educacionais
Educação Especializada: As abordagens educacionais adaptadas são fundamentais no tratamento do TEA. Em um ambiente escolar inclusivo, o currículo pode ser ajustado conforme o nível de suporte necessário. A presença de profissionais de apoio escolar ou tutores também pode ser fundamental para facilitar o aprendizado e a interação social.
Intervenção Precoce: Quanto mais cedo for iniciada a intervenção, maior a chance de sucesso no desenvolvimento de habilidades comunicativas, cognitivas e sociais. Programas de intervenção precoce ajudam crianças a construir uma base sólida para o futuro.
4. Medicamentos
Uso de Medicações: Não existem medicamentos que tratem diretamente o TEA, mas medicações podem ser utilizadas para controlar sintomas associados, como ansiedade, depressão, irritabilidade, hiperatividade ou comportamentos obsessivos. Antipsicóticos, antidepressivos e estimulantes são alguns dos medicamentos que podem ser prescritos para gerenciar esses sintomas.
5. Apoio Psicológico e Familiar
Terapia Familiar: Ensinar pais e cuidadores a lidar com os desafios do TEA é fundamental. Os programas de capacitação fornecem técnicas para ajudar a melhorar o comportamento e a comunicação da criança no ambiente familiar. O suporte emocional para as famílias é igualmente importante.
Grupos de Apoio: Participar de grupos de apoio para famílias e pessoas com TEA pode ser uma fonte valiosa de troca de experiências e aprendizado.
6. Intervenções Sociais e Lúdicas
Terapia de Relação Social (DIR/Floortime): Envolve interações lúdicas e emocionais, focando na construção de habilidades sociais e comunicativas por meio de jogos e brincadeiras que respeitam os interesses da criança.
Terapia Assistida por Animais: Em alguns casos, o contato com animais, como cães ou cavalos, pode ajudar a desenvolver a empatia, reduzir a ansiedade e melhorar as habilidades de socialização.
7. Dietas e Terapias Alternativas
Embora não existam evidências científicas conclusivas, algumas famílias optam por experimentar dietas específicas, como a dieta livre de glúten ou caseína, na tentativa de minimizar sintomas comportamentais. É importante que essas abordagens sejam discutidas com profissionais da saúde para garantir a segurança e eficácia.
O tratamento do TEA deve ser personalizado e baseado nas necessidades específicas de cada indivíduo. A abordagem multidisciplinar, que integra diferentes terapias e o suporte familiar, é fundamental para promover o desenvolvimento contínuo das habilidades sociais, comunicativas e comportamentais. A chave para o sucesso está em intervenções precoces e contínuas, sempre adaptadas ao nível de suporte que a pessoa necessita.
Adorei ler tudo que vc escreve, vou voltar e terminar a leitura depois mas amei tudo por enquanto!!!